Em
meu quarto fechado
há
paredes esfarelando,
como
pequenos roedores a correr no assoalho.
Respira-se
o pó suspenso no ar estagnado.
Nele,
vez ou outra, desperta na madrugada
qualquer
coisa lamuriante e assustadora,
qualquer
coisa de uma vida passada,
de
um amor maculado de sombra.
Perco-me
entre lençóis e neblina,
afogando
em suor frio,
na
falta da mão que não me segura.
Afogo-me
em medo
e
em sussurros
de
pequenos roedores correndo no assoalho.