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"Escrevo, leio, rasgo, toco fogo e vou ao cinema." (Torquato Neto)

11 de outubro de 2013

Palavra-dolorida

Pela escrita,
Pelo sobe e desce
das palavras no papel,
a vida anda torta.
         ......
O bater constante de teclas,
o arranhar papel com caneta,
já não contenta.
Urge coisa qualquer além de bordar palavras,
algo próximo a costurar pele na pele,
boca no ouvido.
Coisa que não seja distante,
como  é o mundo de papel e tinta,
que não me sangre,
como sangra cada letra.
Coisa mais próxima do sopro
que alivia a dor do corte,
revés da palavra-doída
que arde a ferida exposta.